A primeira coisa a ter em conta são as caraterísticas do veículo em si, uma vez que isso lhe vai permitir definir qual será a melhor solução de carregamento a instalar na sua garagem. O carregador de bordo do veículo (OBC – On Board Charger) é um componente do veículo, que varia consoante o modelo ou versão do mesmo, e que determina a que potência máxima que consegue carregar a bateria do veículo em AC – Corrente Alterna. O carregador de bordo permite carregamentos em AC entre 3.7kW (mais comum nos veículos híbridos plug-in) até 22kW, sendo esta característica determinante para que possa escolher o melhor equipamento de carregamento.
Existem diversas formas diferentes de carregar um veículo elétrico na sua casa, com as mais comuns a serem a ligação a uma tomada convencional ou a instalação de um ponto de carregamento dedicado, como uma tomada reforçada ou uma wallbox (sendo que esta é a opção mais segura e a que garante uma maior longevidade ao seu carro).
Deverá também planear o local onde o carregador vai ficar. O sítio deverá ser facilmente acessível ao carro, mas não condicionar a circulação dentro da garagem.
A última coisa a ter em conta é que a instalação de um posto de carregamento deve ser preferencialmente feita por um técnico certificado, de modo a cumprir com toda a legislação relativa a este ponto.
Instalar um ponto de carregamento para veículos elétricos é cada vez mais comum, mas envolve alguns aspetos técnicos, legais e práticos que convém conhecer antes de avançar. Eis os pontos principais a ter em conta:
Local de instalação
- Garagem privada: se for uma moradia, a instalação é mais simples, bastando garantir capacidade elétrica suficiente.
- Condomínio: a lei portuguesa dá direito ao condómino de instalar carregadores na sua fração de garagem. O condomínio só pode recusar com parecer técnico que comprove perigo real (ex.: risco de incêndio por sobrecarga).
Potência elétrica necessária
- A potência da maioria das wallboxes varia entre 3,7 kW e os 22 kW.
- Se a potência contratada da casa for baixa (ex.: 3,45 kVA), pode ser necessário pedir aumento de potência junto da distribuidora.
- Em prédios, convém estudar soluções de gestão de carga partilhada, para evitar sobrecargas quando vários condóminos carregarem ao mesmo tempo.
Tipo de carregador
- Carregadores domésticos (AC – corrente alternada): mais comuns, potências até 22 kW, ideais para uso diário.
- Carregadores rápidos (DC – corrente contínua): muito mais caros e geralmente reservados a empresas ou estações públicas.
Custos envolvidos
- Equipamento: Desde 99€, para uma tomada reforçada ou industrial, e até aos 1500 € para wallboxes domésticas.
- Instalação elétrica: pode variar muito (100€ a 2.000€ ou mais), dependendo da distância do quadro elétrico, necessidade de cabos novos, disjuntores, proteções diferenciais, etc.
- Aumento de potência: pode implicar custos adicionais na fatura de energia, bem como ser necessário efetuar um novo pedido de ligação à rede ao operador da rede elétrica.
Obrigações legais e normativas
- A instalação deve ser feita por eletricista certificado (DGEG) e cumprir o Guia Técnico das Instalações Elétricas para a Alimentação de Veículos Elétricos (Edição 3, publicada em 2023 pela DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia)
- O equipamento precisa de cumprir as normas europeias (CE).
- Em condomínios, basta uma comunicação escrita à administração com 30 dias de antecedência, indicando data e responsável pela obra. Só pode ser recusado com fundamentação técnica de risco.
Incentivos e benefícios
- Portugal tem programas de apoio do Fundo Ambiental que comparticipam parte da instalação de carregadores em condomínios ou empresas (os apoios variam consoante os anos).
- Carregar em casa é normalmente mais barato do que em postos públicos, especialmente se houver tarifa bi-horária.
Funcionalidades adicionais a considerar
- Carregamento inteligente (smart charging): programação em horários de energia mais barata.
- Gestão de carga inteligente: Gere a potência de carregamento tendo em conta os consumos da própria habitação, evitando o “disparar” do quadro elétrico.
- Balanceamento de carga entre várias wallbox: Permite gerir a potência disponivel entre vários utilizadores.
- Integração com painéis solares: aproveitar autoconsumo para reduzir custos.
- Informação completa de carregamento via Wifi ou Bluetooth
- Activação do ponto de carregamento por cartão RFID